domingo, 24 de março de 2013

2.º Pedal Cultural pelas estações da Maria Fumaça

Olá pessoal,

   hoje participei com a galera do Domingueiras Bike de mais uma programação super bacana! Percorremos todas as estações da Maria Fumaça de Campinas/SP até Jaguariúna/SP. Neste passeio contamos com a presença de diversos grupos do estado... o pessoal foi super bacana e nos divertimos muito tanto na trilha quanto no retorno de Maria Fumaça!


   A Squadra Bike Shop ofereceu apoio mecânico e fotográfico ao passeio! Ficamos muito felizes em colaborar e certamente estaremos presentes nas próximas programações! Agradecemos especialmente ao Carlão que ofereceu suporte ao pessoal lá trás...
  
   Abaixo segue a história das estações da Maria Fumaça! 

Estação Anhumas
   Esta estação primitiva do século XIX localizava-se na fazenda de mesmo nome - referência a uma ave pantaneira, que entre os meses de agosto e outubro migrada para o Estado de São Paulo e norte do Paraná, fazendo pouso na fazenda. No pátio local existiam 3 linhas e um desvio para embarcar gado, por estar próximo da fazenda São Quirino, que além do café teve também o gado leiteiro na sua atividade econômica. Com a retificação de 1919 o prédio que era localizado 200 metros no atual sentido a Guanabara, foi desativado e depois demolido. No mesmo ano foi inaugurada a Estação retificada. Hoje o local é o ponto inicial de operação da Maria Fumaça de Campinas.


Estação Pedro Américo
   Seu nome é referência a um dos primeiros donos da fazenda São Vicente, e a estação foi construída em frente a um talude (paredão). Continha duas linhas de carga e um desvio. Também existiam as casas do: telegrafista, do portador, do feitor e de turma da soca, caracterizando uma estação para o escoamento do Café. Originalmente a estação chamava-se Gety e ficava localizada no outro lado da colina de onde hoje é a atual Estação Pedro Américo, após a retificação o prédio ficou fora do novo traçado ocasionando seu fechamento como estação - posteriormente teve o prédio demolido. O novo prédio foi inaugurado em 12/10/1926.


Estação Tanquinho
   A Estação teve como característica ser a única a ter uma linha destinada a lavagem dos vagões que transportavam animais, duas linhas para embarque de café, além de um desvio com plataforma para embarque e desembarque de gado. O nome provavelmente é originário pelo fato de lá ter dois tanques d'água que existiam antes da ferrovia, local onde os cavalos bebiam água para descansar e seguir o "caminho do Guaiases" na primeira metade do século XIX. O prédio atual foi inaugurado na área retificada em 12/10/1926, localizado na fazenda Santa Maria, ainda é possível ver o trecho da linha anterior e resquícios da primeira estação.


Estação Desembargador Furtado
   Nome faz referência a um dos antigos proprietários da Fazenda Duas Pontes. A estação foi construída por conta das sugestões do Desembargador junto a Companhia Mogyana. A fazenda chegou a ser uma das maiores produtoras de café de Campinas. Segundo registros nesta estação o volume de embarque do café era correpondente ao total da demais estações da Mogyano no trecho campineiro. A Companhia Mogyana de Estradas de Ferro mantinha uma colônia de ferroviários que trabalhavam na manutenção do trecho e na construção da ponte sobre o Rio Atibaia. Nas imediações do pátio ferroviário foi construída na fazendo a primeira escola de Siricultura do país, com visitas na aplicação da tecnologia no tratamento do algodão, produto também produzindo pela fazenda. A estação original foi demolida na década de 20 no processo de retificação do traçado da linha férrea, no lugar foi construído o novo prédio seguindo um padrão adotado pela ferrovia. Um aterro, que pode ser visto na saída da atual estação sentido Carlos Gomes, junto com a cabeceira de um pontilhão é parte remanescente do trecho antigo. A Estação foi inaugurada em 12/10/1926, no mesmo dia que as outras Pedro Américo e Tanquinho.


Estação Carlos Gomes
   A Estação é a última localizada em Campinas, para quem deixasse o município ou a primeira para quem chegasse. O nome foi uma homenagem da "Companhia Mogyana" ao maestro/ compositor campineiro de música clássica Carlos Gomes. Seu pátio era equipado com 4 linhas, sendo estas para embarque do café, em uma plataforma de embarque para pedras e gado. No período anterior a retificação esta parada situava-se junto a fazenda Santa Rita do Mato Dentro, onde originou-se o povoado hoje conhecido como bairro do Carlos Gomes Velho. Com a retificação e o deslocamento da linha, repetiu-se o assentamento de famílias junto a estação, formando-se o bairro de Carlos Gomes Novo. Nesta Estação situam-se as oficinas de restauro da "Maria-Fumaça" de Campinas. Data da inauguração da estação nova foi em 18/11/1929.


Estação Jaguariúna
   A estação de Jaguariúna foi construída em 1945 com o objetivo de substituir a antiga estação de Jaguary, nas proximidades do Rio Jaguari. Desativada em 1977, a partir da inauguração do desvio de uma variante, entre 1981 e 1985 a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária manteve a Viação Férrea Campinas-Jaguariúna operando até a estação. Todavia, a administração municipal da época retirou os trilhos, fazendo com que a ABPF tivesse de construir uma pequena estação, como o nome da antiga estação (Jaguary), a partir da qual as composições voltavam de ré. Em 2006, a Prefeitura de Jaguariúna comprometeu-se a construir a extensão de 1.200 metros da pequena estação existente para que a antiga estação de Jaguariúna retomasse sua função original. A obra teve custo de R$1,5 milhão. Com a conclusão da obra, as locomotivas a vapor podem chegar à estação e voltar na direção correta graças a um girador instalado no fim da linha, do lado a oeste da estação.